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O uso de tabaco – um pecado de desassociação sem base bíblica

– Revisão –

Em Gálatas 5:1 (TNM15), lemos: “Para tal liberdade é que Cristo nos libertou. Portanto, mantenham-se firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.” Ninguém tem o direito de estabelecer regras que outros cristãos devam seguir quando essas regras não são encontradas na Bíblia. A literatura publicada pela Torre de Vigia nas três décadas após 1940 optou pela liberdade cristã e evitou regras não baseadas na Bíblia.

A Sentinela de 1942 (em inglês) diz: “O uso de tabaco é extremamente impuro.” Mas também diz: “Com certeza, a Sociedade não tem poder, autoridade ou desejo de dizer que uma pessoa que deseja fumar não o faça. Nem pode dizer: ‘Você não pode testemunhar para o Reino’”.

O livreto Perguntas Sobre o Serviço do Reino (1961) (em inglês) mostra que, se não houvesse outro irmão disponível para ser um superintendente, um irmão que fumava poderia ocupar esse cargo. Essa visão foi invertida antes de 1965, e em 1969 A Sentinela disse que nenhuma pessoa que fumava poderia ser um representante designado da Sociedade Torre de Vigia. Uma forte advertência para que todos abandonassem o hábito do tabaco também foi dada.

Em 1973, as pessoas que usavam tabaco tiveram um prazo de seis meses para abandonar o hábito. Se não fizessem isso, seriam desassociadas. Se “causar divisões” mencionado em A Sentinela de 1952 (em inglês) se refere ao pecado de desassociação de formar uma seita, então a proibição do uso de tabaco é o primeiro pecado de desassociação não baseado na Bíblia que os líderes da Sociedade Torre de Vigia introduziram.

Ninguém pode contestar que o uso do tabaco é um hábito impuro, independentemente de como é usado. Mas a questão importante é como os cristãos que acreditam na Bíblia devem encarar o uso do tabaco. Abaixo, farei um esboço das mudanças de pontos de vista da organização.

1942: O USO É IMPURO – MAS A ORGANIZAÇÃO NÃO TEM O DIREITO DE PEDIR A NINGUÉM PARA PARAR DE USAR

N.H. Knorr tornou-se o presidente da Sociedade em 1942, e ele já tinha uma importante participação na liderança da organização. F.W. Franz também era um líder experiente, principalmente em relação às doutrinas bíblicas. A visão do uso do fumo durante o tempo em que eram líderes estava claramente de acordo com a Bíblia. Vemos isso na citação abaixo de A Sentinela de 1942, páginas 205 e 206 (em inglês).

O uso de tabaco é extremamente impuro, independentemente da forma em que é usado. . . Estas escrituras [1 Timóteo 4:12 e Romanos 13: 9, 10] trazem vigorosamente à atenção do povo do Senhor que aqueles que são representantes adequados do Senhor e da organização do Senhor devem ser exemplos para os crentes e entre os crentes; que devem seguir um proceder que não prejudique seu próximo. Por essas razões, aqueles designados para representar a Sociedade como editores especiais ou gerais ou como servos nas várias modalidades da organização são requeridos a se abster do uso de tabaco em qualquer forma. . . aqueles que persistem no uso da planta prejudicial não podem ser considerados bons exemplos na palavra, na caridade, no espírito, na fé ou na pureza e, por meio de suas ações, o exemplo que estão dando faz mal ao próximo. Eles estão se rebelando contra uma exigência razoável da organização do Senhor… Com certeza, a Sociedade não tem poder, autoridade ou desejo de dizer que uma pessoa que deseja usar o tabaco não pode fazê-lo. Nem pode dizer: “Você não pode testemunhar para o Reino”. Mas pode dizer quem são seus representantes nomeados. Cada um deve decidir se deseja entrar ou sair da linha para os privilégios de serviço… aqueles que são nomeados como representantes diretos da sociedade em qualquer capacidade devem abster-se do uso de tabaco em todas as suas formas.

As palavras citadas acima expressam uma visão equilibrada do uso do tabaco e optam pela liberdade cristã. Seu uso é extremamente impuro, mas a Sociedade não tem poder para forçar ninguém a parar de fumar; nem mesmo está autorizada a pedir às pessoas que abandonem o hábito de fumar. Esta é uma decisão pessoal. No entanto, quem abandona o hábito pode obter privilégios dentro da organização, e essa é uma recompensa positiva.

1961: IRMÃOS QUE UTILIZAM O TABACO PODEM, SOB CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS, SER INDICADOS COMO SUPERVISORES

Quando comecei como servo de circuito (superintendente) na primavera de 1965, recebi o livro Perguntas Sobre o Serviço do Reino (nome traduzido do inglês), que foi publicado em 1961. Na página 78 encontramos a pergunta: “O uso do tabaco resultará em restrições para quem quer servir a Jeová?” A resposta segue o padrão do artigo de 1942. Mas também menciona uma exceção.

Se uma pessoa que usa fumo se apresenta para o batismo, deve-se de maneira amigável mostrar-lhe que o uso do fumo é um hábito impuro que não convém a um servo de Deus. Embora não nos recusemos a batizá-lo por fumar, não o veremos como um bom exemplo para os irmãos na congregação. E, enquanto ele usar fumo, não o nomearemos como servo ministerial ou superintendente na organização cristã. Ele não pode receber nenhum privilégio de serviço. Ele pode participar da escola do ministério teocrático e fazer partes, mas não terá permissão para dar palestras. Ele pode ir de casa em casa, dar telefonemas e dirigir estudos bíblicos e, de outras maneiras, estar ajudando no serviço de campo, pois confia em Jeová para obter o poder de abandonar seu hábito impuro. Quem está fumando não pode servir como pioneiro ou representante de tempo integral na organização teocrática.

Pode haver exceções a esta regra. Quem fuma só pode ser nomeado servo ministerial ou superintendente se não houver outra pessoa batizada na congregação que possa servir como servo. Se alguém que usa tabaco for designado servo, ele deve aceitar que não pode usar tabaco publicamente enquanto estiver pregando no campo ou nas vizinhanças do Salão do Reino. E ele deve fazer esforços conscientes para abandonar esse mau hábito.

Em 1965, não havia nenhum escrutínio por um superintendente se uma pessoa era qualificada para ser batizada. Mas qualquer pessoa poderia se apresentar para o batismo sem fazer perguntas de antemão. Então, pessoas que usavam tabaco eram batizadas. A exceção mencionada, de que uma pessoa que fumava poderia, em circunstâncias especiais, servir como superintendente, mostra que fumar não era considerado um pecado grave, embora fosse entendido como um hábito muito sujo.

1969: NENHUM IRMÃO QUE FAZ USO DO TABACO PODE SER SUPERINTENDENTE – AS TJs DESENCORAJAM O USO DO TABACO

Quando recebi o livro Perguntas Sobre o Serviço do Reino em 1965, fui instruído a deletar a seção sobre o tabaco, porque ela não era mais válida. Isso significa que em algum momento entre 1961 e 1965 houve uma mudança na visão do tabaco expressa no livro citado. A mudança era que uma pessoa que usava tabaco não poderia, em hipótese alguma, ser indicada como representante da Sociedade. Mas os outros pontos de vista sobre o uso do fumo não mudaram, como vemos em A Sentinela de  15 de agosto de 1969, páginas 510-511. A revista tinha uma pergunta a respeito da atitude das TJs em relação ao uso do fumo. A resposta foi:

A Bíblia não comenta diretamente o conceito que os servos de Deus devem formar sobre o uso do fumo. Isto é compreensível, visto que, segundo certa enciclopédia, o fumo só foi usado nas terras bíblicas mais de quinze séculos depois de se completar a Bíblia. No entanto, à base do que lemos na Palavra de Deus, é fácil de ver que o uso do fumo, quer fumado, mastigado ou aspirado, é um hábito impuro que contraria os princípios bíblicos. Por isso, as testemunhas de Jeová fortemente desaconselham seu uso, e consideram os cristãos que continuam a usar o fumo como espiritualmente imaturos. . .

Visto que o uso do fumo viola tão grande parte do conselho dado aos cristãos, aquele que ainda não venceu este hábito não teria a reputação imaculada que o servo designado na congregação deve ter. Os privilegiados a serem superintendentes e servos ministeriais devem ser exemplos de madureza cristã. (1 Tim. 3:2, 10) Por conseguinte, além das razões já mencionadas para se vencer o hábito impuro, deve-se fazer um esforço para vencer o hábito a fim de se estar disponível para privilégios especiais na congregação, tais como o de ser servo designado ou ministro pioneiro de tempo integral.

Visto que a ocasião em que alguém é batizado em água constitui um marco tão significante na sua vida, é uma ocasião excelente para se vencer o hábito do fumo, se tiver persistido até o momento. Mas, que deve fazer quando já deu tal passo e ainda continua a usar fumo? A situação não é desesperadora. Outros pararam, e poderá fazer o mesmo. É evidente que precisará de autodomínio. Esta qualidade é um dos frutos do espírito de Deus, de modo que aquele que procura ter mais autodomínio precisa mais do espírito de Deus. E este está disponível se somente o pedir a Jeová e agir para obtê-lo. (Luc. 11:13) Procure associar-se com cristãos nas reuniões, onde se evidencia o espírito. Leia regularmente a Palavra inspirada de Deus. Em vez de pensar em satisfazer o anseio do fumo, fale a respeito de Jeová e a nova ordem pura que prometeu.

Neste artigo, a Sociedade ‘fortemente desaconselha’ o uso do tabaco. No entanto, não existia um requisito absoluto para abandonar o tabagismo antes de ser batizado, embora isso fosse recomendado. Portanto, não havia sanções contra uma Testemunha que usava tabaco, mas uma Testemunha que usava tabaco não teria nenhum privilégio de serviço na organização.

As três citações acima mostram que, durante a época em que Knorr e Franz eram líderes da Sociedade, a liberdade cristã era enfatizada. E visto que a Bíblia não diz nada sobre o uso do fumo, uma Testemunha de Jeová não poderia ser punida pela organização por usá-lo.

1973: O USO DE TABACO OU METADONA É UM PECADO DE DESASSOCIAÇÃO

O primeiro Corpo Governante foi instituído em 1971 e, dois anos depois, o CG deu o passo de colocar-se acima da Bíblia. Eles instituíram o primeiro pecado de desassociação que não tinha base na Bíblia, a saber, o uso de tabaco. A Sentinela de 1º de junho de 1973 declarou que aqueles que usassem tabaco teriam um período de seis meses para abandonar o hábito. E se não, eles seriam desassociados. Isso também indica que nenhuma pessoa que fumava poderia ser batizada. A Sentinela de 1º de dezembro de 1973, páginas 724-725 diz:

20 Durante décadas, as publicações das testemunhas de Jeová têm advertido contra o uso de produtos viciadores tais como o fumo. Os associados com as congregações das testemunhais de Jeová, em quase todos os casos, reconhecem o erro destes hábitos. Os recém-interessados, pois, devem tomar uma posição firme e não adiar a questão por pedir que sejam batizados e aceitos na congregação, ou que possam participar na apresentação de informações da tribuna, no seu Salão do Reino, enquanto ainda estão nas garras da nicotina ou de outro vício prejudicial. Ao estar agora já bem próxima a nova ordem, está certamente em harmonia com a Palavra de Deus tomar a atitude de que os que não estão dispostos a abandonar tais práticas viciadoras prejudiciais, não estão habilitados a ser batizados por nós e reconhecidos como membros aprovados da cristã de Jeová.

21 Na realidade, aceitar a tais na congregação poderá ser um desserviço para eles, por aliviar a sua consciência. A recusa de aceitá-los pode mostrar-se uma bênção, ajudando-os a sentirem seriamente a necessidade de ação decisiva e de se prepararem para a vida na nova ordem de Deus. Por se fazer face a tais desafios, obtém-se uma vitória moral que traz verdadeira força e confiança no poder de Deus e na sua disposição de ajudar.

22 Então, que dizer dos que no passado foram batizados enquanto ainda usavam produtos que viciam, tais como o fumo ou outras drogas, ou que se submetem a um tratamento tal como o chamado “programa de metadona” e que continuam em tal prática? Pode-se conceder-lhes um prazo razoável, tal como de seis meses, para se livrarem deste hábito. Ao fazerem isso, mostrarão seu desejo sincero de permanecer dentro da organização pura de Jeová Deus, de servos dedicados.

23 Certamente, se alguém pode passar pela agonia da recuperação do vício dum entorpecente “mais forte”, para se tornar verdadeiro discípulo do Filho de Deus, então os que têm o vício do fumo ou de outros produtos similares não devem ter nenhuma objeção válida a passar pelo sofrimento menor de largarem seu vício. A recusa de fazer isso certamente daria um péssimo exemplo àquele que se esforça a vencer o hábito duma droga “mais forte” e que faz face a um desafio muito mais difícil.

24 O que se dá no caso dos já batizados que não estiverem dispostos a abandonar seu hábito de usar produtos prejudiciais e escravizadores? Estes mostram assim, iguais a Esaú, que não ‘estimam coisas sagradas’, preferindo tais hábitos ao privilégio de fazer parte do povo limpo de Jeová. Portanto, devem ser removidos da congregação, por causa de tal conduta imprópria para o cristão. — 1 Cor. 5:7; Heb. 12:15, 16.

A citação acima é o primeiro exemplo da introdução de um pecado de desassociação na organização de Jeová que não é baseada na Bíblia.[1] Compreender as consequências desse passo é muito importante porque a citação de A Sentinela de 1973 mostra que os membros do CG agora se colocaram acima da Bíblia. Eles acreditam que têm o direito de fazer leis sobre questões de vida ou morte que não sejam baseadas na Bíblia. Portanto, o artigo de 1973 representou um marco negativo na história das TJs. E foi o primeiro passo na direção da organização autocrática que vemos hoje.

Outra questão de vida ou morte decidida em 1973, que em certa medida se assemelha ao uso de tabaco, foi que o uso de metadona por pessoas que lutavam para abandonar o uso de drogas pesadas, como heroína, também era um pecado de desassociação. Novamente, esse foi um mandamento humano que não se baseava na Bíblia e impedia que um grande número de TJs restaurassem um bom relacionamento com Jeová. Além disso, muitas Testemunhas de Jeová que haviam conseguido parar com o vício em heroína com a ajuda da metadona foram desassociadas. Essas pessoas perderam o apoio amoroso de sua família e amigos na congregação, o que fez com que voltassem às drogas pesadas. A decisão antibíblica em relação à metadona foi inquestionavelmente má, e isso é visto pelo fato de que hoje o uso de metadona não é mais um pecado de desassociação. Esta questão da metadona já foi discutida separadamente.[2]

Em 1974, o CG introduziu um terceiro pecado de de desassociação que não foi baseado na Bíblia. Os membros do CG queriam que todas as Testemunhas de Jeová tivessem a mesma visão que eles tinham sobre as relações sexuais dentro do casamento. Portanto, eles introduziram a regra que chamaram de “atos obcenos”, ou “porneia dentro do casamento”, e tais ações constituíam [na épcoca] pecados de desassociação; e, portanto, também uma base para o divórcio. Isso criou grandes problemas e, assim, em 1978, a “porneia dentro do casamento” foi anulada.[3]

[1] Em A Sentinela de 1º de dezembro de 1952, página 187, paráfrafo 11, são mencionados os três seguintes pecados de desassociação; “Murmurar, produzir falsas doutrinas, causar divisões.” A palavra “murmurar”, [no contexto da revista em português], pode se referir à “injúria”, que é um pecado de desassociação de acordo com 1 Coríntios 6:10. A expressão “produzir falsas doutrinas” pode referir-se a formar uma seita, que é um pecado de desassociação de acordo com Tito 3:10. Conforme mostro em outro estudo, “causar divisões” não é um pecado de desassociação de acordo com o NT. Pode ser que o autor do artigo tenha contectado esta expressão com “produzir falsas doutrinas” e ambas juntas se refiram à formação de uma seita. Se “causar divisões” é uma expressão independente, este seria o primeiro exemplo da introdução de um pecado de desassociação que não é baseada na Bíblia.

[2] O artigo feito por Rolf Furuli sobre o uso de metadona está disponível em: https://www.minhaqueridareligiao.com/post/o-uso-de-metadona-um-pecado-de-desassocia%C3%A7%C3%A3o.

[3] O artigo completo sobre “porneia dentro do casamento” está disponível em: https://www.minhaqueridareligiao.com/post/existe-porneia-dentro-do-casamento.

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CONCLUSÃO

Um Corpo Governante foi formado pela primeira vez em 1971, e o arranjo de anciãos começou em 1972. A partir dessa época, os corpos de anciãos eram em grande parte independentes do CG. Mas no ano de 1973, o primeiro pequeno passo foi dado para transferir o poder dos corpos de anciãos para o CG. Este processo continuou em pequenos passos até 1992, quando F.W. Franz morreu. Nas décadas de 1980 e 1990, houve uma luta por poder dentro do CG entre aqueles que queriam enfatizar a liberdade cristã e aqueles que queriam fazer muitas regras que não eram mencionadas na Bíblia. O último grupo saiu vitorioso e, posteriormente, durante o século 21, os membros do CG deram todo o poder a si mesmos.

Dois dos pecados de desassociação introduzidos em 1973 e 1974 foram revertidos posteriormente: O uso corretivo de metadona e a falácia de “porneia dentro do casamento” não são mais pecados de desassociação. Mas o uso de tabaco ainda é um pecado de desassociação, embora A Sentinela de 1969, já citada, diga: “A Bíblia não comenta diretamente o conceito que os servos de Deus devem formar sobre o uso do fumo.” Portanto, o poder do CG é tão grande que eles se acham no direito de inventar pecados de desassociação que eles mesmos admitem que não são baseados na Bíblia.

 

Por Rolf Furuli

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